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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Uso inadequado de medicamentos limita tratamentos contra infecções - diz pediatra



A crescente resistência bacteriana aos antibióticos, sobretudo pelo uso inadequado desses medicamentos, pode limitar as opções de tratamento que os médicos têm contra as infecções pneumocócicas, afirmou hoje em luanda, o pediatra Leite Cruzeiro.

Segundo o especialista, entre as diversas infecções, a pneumonia é a de maior importância para os adultos e a principal causa das internações no país.

“A resistência aos antibióticos no mundo é claramente o tema da actualidade, já que se pode observar em todas as partes a mesma coisa, infecções por bactérias cada vez mais resistentes” e mais frequentemente fora do meio hospitalar, realçou.

Leite Cruzeiro referiu que a  auto medicação e o uso inadequado de antibióticos pode gerar um aumento da morbimortalidade (impacto de doenças e óbitos que incidem em uma população), causando efeitos colaterais e ineficiência do antimicrobiano na acção de doenças.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 75 porcento dos antibióticos são prescritos inapropriadamente, acarretando o crescimento da resistência da maioria dos germes causadores de enfermidades infecciosas, devido ao seu uso excessivo.


O pediatra disse que os antibióticos deviam ser sempre vendidos apenas com prescrição médica. Só assim se evitaria tal problemática, porque todos os medicamentos têm a parte benéfica e as suas desvantagens. Só com boa orientação combate-se qualquer patologia.

Explicou que quando um processo infeccioso acomete o ser humano, e este faz uso de antibióticos, o potencial medicamentoso age sobre a parede celular do agente etiológico (das bactérias), eliminando as formas sensíveis (não resistentes).

Quando é feito erroneamente diz-se que após um tratamento ineficaz, o processo infeccioso ainda persiste ou mesmo se intensifica.

Isso ocorre por diversos factores, na maioria dos casos por inobservância do indivíduo medicado quanto à periodicidade da prescrição, auto-medicação, ou muito raramente por prescrição indevida.

“O uso abusivo dos anti microbianos contribui para aumentar a pressão selectiva dessas drogas, criando ambiente muito favorável às bactérias resistentes e a auto medicação de pacientes, toma-se na dose errada e em situações erradas como gripe por exemplo pois os antibióticos só atacam células e os vírus são acelulares", disse.

Salientou que desde que existem antibióticos, regista-se a luta contra resistência bacteriana. Os primeiros sinais de resistência foram observados logo após a introdução da penicilina no mercado farmacêutico em 1943 e continua um problema crescente.

Explicou que a resistência antibiótica ocorre quando a bactéria adquire genes que permitem a interferência no mecanismo de acção do antibiótico por mutação espontânea de DNA ou por transformação e transferência de plasmídeos.

Com isto, avançou, cresce a necessidade de investir-se na qualificação profissional dos farmacêuticos que actuam nos estabelecimentos públicos e privados, com o objectivo de cada vez mais estabelecer-se uma assistência farmacêutica de qualidade, como parte integrante e essencial dos processos de atenção à saúde a todos os níveis de complexidade.


Disse ser uma grande preocupação para os profissionais de saúde, desincentivando esta prática que é muito habitual no país.

 
Para si, os antibióticos deviam ser sempre ser vendidos apenas com prescrição médica. Só assim se evitaria tal problemática, porque todos os medicamentos têm a parte benéfica e as suas desvantagens. Só com boa orientação combate-se qualquer patologia.


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