MINSA pretende municipalizar os cuidados de saúde
Luanda - O Ministério da Saúde (MINSA) vai a partir de 2011 envolver os 164 administradores municipais nos serviços de saúde, por forma a aproximá-los das preocupações das populações e conhecerem com que recursos podem contar para melhorar a assistência medico-medicamentosa.
No seu discurso de cumprimentos de fim de ano, o ministro da Saúde, José Van-Dúnem, disse que a grande preocupação do seu pelouro é a municipalização dos cuidados de saúde, em que as mulheres grávidas possam ser seguidas, todas as crianças sejam vacinadas, haja monitorização da anemia e a aproximação dos serviços junto das populações.
Para o ministro, a destruição do tecido social e da rede sanitária, a precariedade habitacional, saneamento, água e nutrição criaram desafios gigantescos no domínio da saúde, por isso, para que se cumpra com os objectivos do sector, seriam necessárias medida estruturantes e de regulação em matéria de saúde.
Nesta conformidade, para a melhoria dos indicadores sócio-sanitários, no domínio legislativo, foram aprovadas as políticas nacionais de saúde e farmacêutica, o regulamento do exercício da actividade farmacêutica, a carreira de enfermagem e o documento de gestão hospitalar.
De acordo com o ministro, foi criado o Instituto Nacional de Emergências Médicas, no âmbito das medidas de melhoria de assistência pré-hospitalar e de coordenação na qualidade do atendimento do doente em emergência médica.
Foram feitos esforços para aumentar a cobertura vacinal de rotina das doenças preveníveis pela imunização para a diminuição da vulnerabilidade da reimportação de casos de poliomielite, por exemplo, a situação que o país vive, em que até Novembro deste ano foram registados 29 casos, distribuídos pelas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Bengo, Uíge, Luanda, Benguela, Huambo e Bié.
Com esta situação, ficou clara a necessidade de combinação de estratégias de postos fixos e equipas móveis avançadas para que nenhuma criança fique por vacinar no país e que se possa alcançar a meta dos 90 porcento de cobertura.
Na luta contra as grandes endemias, a tendência é bastante animadora, segundo o ministro. A prevalência do VIH e Sida passou de 2.1 porcento para 1.9 porcento, a letalidade por malária baixou em aproximadamente 50 porcento e a cobertura dos serviços de atenção à tripanossomíase nas províncias endémicas aumentou.
Para José Van-Dúnem, com os esforços do MINSA, aliados à melhoria das condições de vida que se tem verificado desde o advento da paz, assiste-se a uma diminuição da mortalidade materna, de 1.400 mortes para cerca de 600. A mortalidade infantil e infanto-juvenil passou de 150 para 116 e de 250 para 194 por mil nados vivos.
O ministro da Saúde manifestou-se preocupado face ao aumento das doenças não transmissíveis, como a hipertensão arterial, as diabetes e as neoplasias, principalmente da mama e do útero, na mulher, da próstata e do pulmão, no homem, o que requer mais investimento na promoção da saúde e na prevenção, combinado com estudos de investigação para o conhecimento real da situação no país.
Outra preocupação prende-se com os óbitos e incapacidades provocadas por acidentes de viação, que de acordo com as autoridades policiais representam a segunda causa de mortalidade em adultos, tornando-se necessário que se tomem medidas multidisciplinares, cujo esforço passa pela formação permanente dos recursos humanos a todos os níveis.