Assinala-se hoje, 24 de Março, o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, instituído em 1982 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares.
A efeméride tem como objectivo chamar a atenção da sociedade sobre um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, assim como intensificar os esforços no controlo desta doença.
A tuberculose (TB) foi incluída entre as prioridades da OMS, como parte do objectivo geral – acções para uma vida mais saudável.
Entre as metas do milénio, prevê-se reduzir à metade a incidência e a mortalidade por tuberculose até 2015 e, como meta de longo prazo, eliminar a TB como problema de saúde pública até o ano 2050.
Para conseguir esse impacto na tuberculose, é preciso construir as parcerias entre os governos, as organizações da sociedade civil e toda a população.
De acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS)2010, publicado em Novembro de 2010, a luta contra a tuberculose no mundo tem alcançado verdadeiros progressos desde 1995.
Durante este período, 41 milhões de pessoas foram curadas, mas apesar deste sucesso, persistem ainda alguns problemas.
A mortalidade associada a esta doença regista ainda valores muito elevados: 1,7 milhão de mortes no ano de 2009, o que representa um total de 4.700 mortes por dia.
“A tuberculose é uma doença intimamente ligada à pobreza e atinge sobretudo os jovens na idade activa. Prova disso é o facto de os países em desenvolvimento, por razões que todos conhecemos, serem os que registam o maior número de vítimas da doença”, lê-se no relatório.
Segundo o documento da OMS, em 2009 foram detectados 9,4 milhões novos casos da doença, dos quais 3,3 milhões são mulheres e 1,1 milhão são pessoas que vivem simultaneamente com o VIH/SIDA.
As 380.000 vítimas femininas no ano de 2009, fazem da tuberculose a maior causa de morte das mulheres entre os 15 e os 44 anos de idade.
Apesar dos números elevados, o estudo da OMS sublinha que a taxa de mortalidade associada à tuberculose baixou 35% desde 1990, e que o número total de mortes tem também baixado.
As principais razões apontadas para o alcance destes resultados são: a implementação de tratamentos de curta duração, por iniciativa da OMS desde o ano de 1995; e o programa “Stop a tuberculose”, implementado a partir de 2006.
No quadro deste programa, a OMS tem vindo a pôr em prática políticas, estratégias e normas de saúde, que encorajam os esforços feitos pelos Estados na luta contra a doença, avaliando os progressos realizados, as necessidades de financiamento e o impacto de programas nacionais, e apoiando a pesquisa e as actividades de sensibilização junto das populações.
O programa “Stop a tuberculose” reforçou nestes últimos anos a “Parceria Stop a tuberculose”, uma rede com mais de mil parceiros de todo o mundo, reunindo governos, organizações regionais, ONGs, doadores públicos e privados, centros de cuidados e investigação e ainda indivíduos implicados no combate contra à doença.
“Os resultados apresentados no relatório de 2010 confirmam que o trabalho desenvolvido pela OMS, no sentido de promover boas práticas, aliado com o financiamento adequado e com o compromisso dos governos, é possível inverter a situação”, segundo o Director do Departamento da luta contra a doença na OMS, Mário Raviglione, na altura da publicação do relatório.
A luta contra a tuberculose integra um dos oito (8) Objectivos do desenvolvimento do Milénio (ODM). Até 2015, os Estados comprometeram-se a travar a propagação da tuberculose, a inverter a tendência de incidência da doença e reduzir a prevalência e a morte em 50%, em relação aos dados de 1990.
No relatório de 2010, a OMS sublinha que a taxa de incidência a nível mundial está em queda, com excepção do Sudeste Asiático, onde a taxa se mantém estável. “Se mantivermos esta tendência (redução da taxa de mortalidade associada à doença), poderemos atingir o ODM e a meta de redução de 50% até 2015” , conclui a organização.
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