A auto medicação e o uso inadequado de antibióticos pode gerar um aumento da morbimortalidade (impacto de doenças e óbitos que incidem em uma população), causando efeitos colaterais e ineficiência do antimicrobiano na acção de doenças, afirmou hoje, em Luanda, o médico pediatra Leite Cruzeiro.
O Pediatra falava à Angop, à margem do Pré Simpósio sobre Doenças Infecciosas e das 6 ªs Jornadas Medicas de Pediatria, a decorrer no Lubango, de 30 a 3 deste mês, sobre o tema “O uso de antibióticos na prática clínica”.
Segundo dados da OMS, 75 porcento dos antibióticos são prescritos, inapropriadamente, acarretando o crescimento da resistência da maioria dos germes causadores de enfermidades infecciosas, devido ao seu uso excessivo.
Com isto, avançou, cresce a necessidade de investir-se na qualificação profissional dos farmacêuticos que actuam nos estabelecimentos públicos e privados, com o objectivo de cada vez mais estabelecer-se uma assistência farmacêutica de qualidade, como parte integrante e essencial dos processos de atenção à saúde a todos os níveis de complexidade.
Disse ser uma grande preocupação para os profissionais de saúde, desincentivando esta prática que é muito habitual no país.
"Os antibióticos deviam ser sempre vendidos apenas com prescrição médica. Só assim se evitaria tal problemática, porque todos os medicamentos tem a parte benéfica e as suas desvantagens. Só com boa orientação combate-se qualquer patologia”, disse.
Fez saber que o uso indiscriminado e desnecessário de um antibiótico fará com que, por um processo de selecção natural, passem a predominar na população bacteriana cepas resistentes a este medicamento, tornando o tratamento por infecções causadas por estes germes cada vez mais difícil, caro e, muitas vezes, com efeitos colaterais.
Apontou também como um risco a venda ambulatória de medicamentos cuja origem é devidamente duvidosa e sem a devida conservação, o que também periga a vida dos cidadãos.
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