O decano da Faculdade de Medicina, Miguel Bettencourt, considerou hoje, em Luanda, necessário fazer novos estudos científicos para a descoberta das verdadeiras razões da suspeita doença paraparezia espatica tropical que tem estado a assolar as populações do município de Cuangula, província da Lunda Norte.
Em declarações à Angop sobre o tema a evolução da paraparesia espatica tropical de Cuangula, frisou que continua a ser um sério problema de saúde pública naquela região.
De acordo com o responsável, neste momento não é possível dizer qual é a epidemiologia exacta ou melhor qual é a causa desta doença, embora haja indicadores que apontam para a mandioca amarga (que contém o cianeto-elemento químico tóxico) e ainda para o vírus HTLV, como causadores da enfermidade.
Miguel Bettencourt indicou que a paraparezia espática caracteriza-se por uma diminuição das forças musculares dos membros inferiores, acompanhada por uma marcada rigidez dos mesmos membros, dificultando assim a marcha ou a locomoção.
Avançou que aquela região continua a registar inúmeros casos de pessoas com esta doença, vitimando vidas de muitos cidadãos.
“Esta situação é preocupante e com repercussões socio-económicas graves, em particular na aldeia de Monacaje, onde se regista 40 por cento de casos, entre crianças e adultos”, apontou.
Informou que foram enviadas para um laboratório da África do Sul as mostras de sangue de pacientes, bem como da mandioca para se saber ao certo o que se passa.
Salientou que a paraparezia espatica tropical em Cuangula está relacionada com o consumo de mandioca amarga com elevada concentração cianeto, concluindo não haver relação entre a referida doença e infecção por vírus.
Afirmou que a paraparezia espática tropical é uma doença que foi reportada em países como Moçambique e República Democrática do Congo.
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