A bastonária da ordem dos enfermeiros em Angola (Ordenfa), Maria Teresa Vicente, realçou hoje, na cidade do Namibe, haver insuficiência em termos de recursos humanos, materiais e infra-estruturas hospitalares no país.
Teresa Vicente, que falava numa palestra, avançou que a falta destes factores acaba interferindo na política nacional de saúde, que preconiza uma assistência de qualidade, quer do ponto de vista quantitativo e qualitativo, para as populações.
Disse que a ausência de um mecanismo estruturado e integrado de pesquisa, promoção, seguimento, avaliação e vulgarização de boas praticas em saúde requer ponderação e decisão urgente.
Acrescentou que a atenção primária da rede de serviços básicos de saúde, prestada a população que os procura, ainda é limitada na sua capacidade de dar respostas positivas responsabilidades que lhes são exigidas.
"Ainda é grande o desequilíbrio entre o nível da prestação dos profissionais e a adequação dos contextos organizacionais e afirmação de lideranças em que estes trabalham, pois as dificuldades que os usuários vêem enfrentando para receber atendimento médico iniciam no nível primário de atenção a saúde, afectando negativamente as demais estruturas no sistema", acrescentou a responsável.
Para a responsável, as deficientes condições de internamento, o progresso da medicina e da prática dos cuidados da saúde, nomeadamente a evolução biotecnológica que se vem registando torna cada vez mais difícil a criação de relações que respeitem o doente como sujeito de espiritualidade, levando a uma efectiva desvalorização desta dimensão e a sua consideração como entriseca aos cuidados de saúde.
" Ainda é notória a existência de dificuldades na prestação de cuidados de saúde ao nível do atendimento, da comunicação e do respeito pelas crenças religiosas dos indivíduos e os problemas de formação dos profissionais de saúde nestas áreas acarretam consequências em termos de qualidade na prestação dos cuidados e da saúde dos cidadãos " referiu.
De acordo com a especialista, o importante é constituir uma comissão ou comité nacional para a humanização dos serviços de saúde, visando incentivar uma abordagem renovada, intensa e generalizada da ética em saúde, aplicável e adequada aos diferentes níveis e perfis de estruturas e subsistemas e quadros do sistema nacional de saúde.
“Gerir e avaliar de modo independente o desempenho humanizado dos serviços e agentes ao serviço de saúde em todo o sistema, dar corpo a um fio condutor, representado pela dimensão ética, no que se refere a direitos e deveres de cidadãos, de profissionais e de responsáveis que intervêm no próprio sistema de saúde”, garantiu.
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