O controlo da malária na região fronteiriça entre Angola e Namíbia será uma realidade nos próximos dois anos, com a implementação de várias acções associadas aos esforços do Executivo angolano no programa integrado de desenvolvimento rural e combate à pobreza.
Estas considerações são do ministro José Van-Dúnem aquando do lançamento da Iniciativa Transcunene contra a malária entre Angola e a Namíbia, que teve lugar no município de Namacunde, Cunene, durante a qual foi rubricado um acordo entre as partes.
O ministro apontou como acções a luta antilarval, lançada há dois anos, e aumento da cobertura de distribuição das redes mosquiteiras, com o apoio da iniciativa presidencial americana na pulverização intradomiciliar.
Acrescentou que a comunidade da região da SADC está engajada na redução do fardo da malária e considera viável a eliminação desta doença até 2015, em quatro países, nomeadamente África do Sul, Namíbia, Swazilândia e Botswana.
Para tal, outros quatro países, sendo Angola, Moçambique , Zâmbia e Zimbabwe deverão engajar-se num esforço conjugado para que ao longo das respectivas fronteiras se possa desenvolver uma acção de bloqueio de transmissão da doença para os países alvo em uma primeira fase, seguido de uma segunda para eliminação nos restantes países.
"Esta iniciativa está a ser extensiva às outras grandes endemias que têm preocupado Angola e a Namíbia, nomeadamente a tuberculose e ao VIH/Sida, já identificadas no recente encontro no Rundu, Namíbia, entre os peritos dos dois países”, disse.
Para o ministro, ainda há um trabalho árduo a percorrer para que a eliminação da malária nas sub-regiões da África Austral seja um facto, sobretudo no contexto de instabilidade política e de crise financeira que o mundo atravessa.
"Seja Executivo, empresa pública ou privada, instituições de caridade ou indivíduos singulares, todos devemos contribuir para a consolidação dos progressos obtidos até a presente data e gerar ganhos para a saúde no geral, rumo ao cumprimento das metas de desenvolvimento do Milénio", sublinhou.
Segundo o ministro, neste dia, os países endémicos têm a oportunidade para repensar no que ainda pode ser feito para se mudar o actual quadro, que novas forças devem ser chamadas para a materialização do tema deste ano "alcançar progressos e causar impacto".
Devido às enchentes no Cunene, disse, as estruturas foram abaladas mais os indicadores de saúde mostram que as doenças previsíveis não surgiram com impacto, por causa da maior mobilização do governo, de todas as forças vivas da província.
As chuvas também provocaram danos na vizinha Namíbia, impedindo a ida de crianças à escola, a circulação de pessoas e bens entre outros males, pelo que Angola disponibiliza-se para servir as populações dos dois lados, no âmbito dos laços que unem os dois países.
José Van-Dúnem disse que apesar da mortalidade baixar drasticamente no país, muitos casos continuam a ser registados, por isso, "devemos estar preparados para os novos desafios que a chuva está a criar, nomeadamente o saneamento básico, cuidados com a água para beber e a situação da nutrição de crianças e mulheres grávidas.
Entretanto, o ministro congratulou-se, reafirmando o seu apreço pelo apoio dado nesta luta pelas organizações das Nações Unidas, parceiros tradicionais, as Forças Armadas, polícia, entidades tradicionais e religiosas, entre outras.