Angola e mais três países africanos vão beneficiar, ainda este ano, de um plano de emergência, cujo fundo está avaliado em 150 milhões de dólares para a erradicacao da poliomielite.
A informacao foi avançada hoje, pelo director regional da OMS para a África (OMS/AFRO), Luís Gomes Sambo, no discurso de abertura da 61ª reunião da organização, que decorre em Yamoussukro, Cote d'Ivoire, na Fundação Felix Houphouet-Boigny, para a procura da paz.
Acrescentou que em 2010, a África realizou uma campanha de vacinação que abrangeu mais de 114 milhões de crianças menores de cinco anos, mas o poliovirus ainda continua a circular em muitos países da região.
Luís Sambo, que pediu um momento de silêncio em memória dos sinistrados a semana passada em Abudja, Nigéria, pelo ataque à um edifício das Naçõoes Unidas, reconhece que este encontro é um fórum de reflexão para os problemas de saúde pública na região.
Admitiu haver progressos na saúde pública, mas que ainda resta outros desafios, como a cólera que o ano passado fez 108 mil vítimas, com 3.350 mortes, devido a fraca distribuição de água potável e de higiene, bem como a meningite, com 31 mil casos e 10 mil obitos, que com a introdução da nova vacina aumentou-se a esperanç de vida, graçs aos parceiros.
Sambo falou també da febre hemorrágica, que, em 2010, pelo menos afectou perto de 600 mil pessoas e as catástrofes naturais que tocaram vários países africanos, provocando a deslocação de mais de 12 milhões de habitantes, perdendo-se áreas cultivadas, o que pode estar na origem do aumento da fome e desestruturação dos serviços de saúde.
"As inundações afectaram 15 países de África e só na Zona austral 350 mil pessoas foram afectadas", sublinhou.
Por estes factos, Luis Gomes Sambo propõe que cada país trace um quadro de saúde para fazer face as ameaças, pois a capacidade de resposta das emergências continuam fracas, pelo que a criaçãao de um Fundo seria o mais viavel.
Para o alcance dos Objectivos do Milénio, apontou que muito ainda deverá se fazer, principalmente para a redução da mortalidade infantil, em que apenas sete países estão no bom caminho e materna, em que 46 estados estão a tentar dar passos significativos.
Quanto ao VIH/Sida, o director regional frisou a diminuicao de mortes em 16 países, exemplificando o Congo Brazzaville, em 11 por cento, e Rwanda em 72 porcento, pelo que afirma haver necessidade do reforco das políticas dos membros.
Sobre O paludismo, que tende a diminuir em muitos países, 23 estados forneceram, em 2010, redes mosquiteiras na ordem de 280 milhões, para crianças menores de cinco anos de idade, o que se presume para a uma redução de 50 porcento de mortes, com o papel desempenhado pelos líderes dos países e parceiros.
As doenças não transmisssiveis também continuam a fazer inúmeras vitimas e tendem em aumentar devido ao álcool, sedentarismo, tabaco e má alimentacao, pelo que apela aos Governos a criacao de programas de saúde mais concentanêos para a sua redução.
Para Luis Sambo, a crise financeira que afecta o mundo também afectou a OMS em África, que teve um défice orçamental na ordem de 350 milhões de dólares durante o biénio em curso, levando a dispensa de pessoal, afectando vários programas importantes.
Apesar das reformas que a OMS se submetera, continuará a contribuir ao diálogo e formulação de políticas entre os países da região.