Os africanos comemoram hoje, quarta-feira, o Dia da Medicina Tradicional sob o lema “Conservação das plantas medicinais: O património de África”, numa altura em que estão reunidos para resolverem os problemas sanitários da região.
Neste âmbito, o director regional da OMS/AFRO, Luís Gomes Sambo, exorta a necessidade de uma estratégia de conservação eficaz, sustentável e coordenada para salvar os recursos em material de plantas na região africana.
“Os desafios são grandes, pelo que temos todos de fazer o que pudemos para conservar as plantas medicinais, que são, no fundo, o nosso património”, sublinhou.
Luís Gomes Sambo aproveita a ocasião para também exortar os parceiros a continuarem a apoiar os países na concepção e implementação dos seus programas, políticas e planos nacionais para a conservação das plantas medicinais.
De acordo com o director regional, o sector privado precisa de ser incentivado a investir na investigação e na formação em medicina tradicional, assim como no cultivo e na conservação das plantas medicinais.
Assim, lança o apelo às instituições académicas e de investigação para que façam uma compilação de inventários de plantas medicinais e da informação cientifica sobre as espécies, com particular incidência nas plantas raras em África.
A respeito dos progressos em muitos aspectos da medicina tradicional, os países vêem-se confrontados com desafios, como a depauperação de plantas medicinais raras devido à degradação ambiental, desfloração, queimadas não controladas, pastoreio, mas praticas agrícolas e o abate de árvores.
Por outro lado, muitos países da região não possuem legislação necessária para uma conservação sustentável das plantas medicinais e mecanismos para a protecção das espécies ameaçadas.
Para atenuar estes desafios, Luís Gomes Sambo diz ser necessário consolidar as conquistas, formular e implementar políticas nacionais abrangentes para a conservação das plantas medicinais, recomendando o seu cultivo, incluindo o desenvolvimento de jardins botânicos, criação de bases de dados sobre as mesmas e protecção daquelas que estão ameaçadas.
Entre 25 a 50 porcento dos medicamentos modernos são derivados de plantas.
Calcula-se que perto de 80 porcento da população de países em vias de desenvolvimento depende da medicina tradicional para as suas necessidades em termos de cuidados primários de saúde.
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