O perfil epidemiológico de Angola é caracterizado por um grande fardo de doenças transmissíveis e um aumento de doenças crónicas, designadamente as cardiovasculares, diabetes, câncer, hemoglobinopatias e as patologias mentais.
A afirmação foi feita quinta-feira, em Luanda, pela directora provincial de saúde pública, Isilda Afonso, segundo a qual o sistema de vigilância epidemiológica é ainda muito focalizado, embora flexível para a introdução de novas patologias ou eventos de saúde.
A responsável falava no encontro do V congresso da Comunidade Médica de Língua Oficial Portuguesa sobre a experiência de Angola ao combate às doenças crónicas não transmissíveis.
Segundo Isilda Afonso, esse facto deve-se ao conhecimento limitado do perfil das doenças não transmissíveis no país, à ausência de um programa de controlo e um sistema de monitorização e à necessidade de evidências para a elaboração de uma estratégia nacional de controlo das doenças não transmissíveis.
Disse que as doenças não transmissíveis têm vindo a crescer nos últimos tempos, suplantando as doenças transmissíveis, embora seja difícil precisar números.
Referiu que o facto de serem doenças de notificação não obrigatória leva o país a não ter um sistema de recolha e registo de DNT a nível nacional.
Porém, explicou, há a percepção que elas representam um enorme fardo na mobilidade e mortalidade.
Avançou ainda que a primeira causa de internamento e óbitos das doenças não transmissíveis, principalmente do fórum psiquiátricos, tem sido o aumento de stress, ansiedade, consumo de álcool e outras drogas.
Afirmou que a DNT não é só um problema de saúde, mas também um desafio ao desenvolvimento.
As doenças não transmissíveis são doenças de longa duração e progressão geralmente lenta, que causam anualmente cerca de 58 milhões de mortes.
Oitenta por cento ocorrem em países de médio e baixo rendimentos, 23 por cento em regiões africanas e 78 por cento em regiões americanas.
Afectam igualmente homens e mulheres.
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