Em Angola, a hemorragia é a primeira causa directa de mortes maternas, seguidas pelas toxémias, infecção puerpural, rotura uterina e abortos, soube-se hoje, segunda-feira, em Luanda.
Em entrevista à Angop, a vice-ministra da Saúde, Evelize Fresta, disse que a malária tornou-se na primeira causa indirecta e depois a hepatite e outras patologias.
Assim, as causas directas são responsáveis por 63 porcento das mortes e as indirectas por 37 porcento.
De acordo com a vice-ministra, mesmo assim, a taxa de mortalidade diminuiu de 1.400 para 660 por 100 mil nascidos vivos, enquanto os óbitos institucionais baixaram progressivamente nos últimos anos de 486 para 332 por 100 mil nascidos vivos, fruto da política pública de saúde.
Para a vice-ministra, proporcionalmente, por cada óbito de uma mulher por complicação obstétrica, 20 a 30 outras serão atingidas por doenças graves como fistula, prolapso do útero, anemia, entre outras causas, todas elas tratáveis.
Acrescentou que a mortalidade materna é o óbito de uma mulher ocorrido durante a gravidez, parto ou nos 42 dias após o término da gravidez, desde que não tenha causa nem acidental nem fortuita, e está ligada a três atrasos, designadamente na decisão de recorrer aos cuidados de saúde, a chegar à estrutura de saúde e na demora em receber tratamento adequado.
Reconheceu que o primeiro atraso deve-se muitas vezes pela falta de conhecimentos das complicações e o fraco estatuto da mulher, o segundo deve-se a falta de meios de transporte, fracas redes de comunicação, estado péssimo das estradas, entre outras.
O terceiro atraso prende-se com os protocolos de tratamento aplicados, equipamentos, medicamentos, consumíveis e pessoal qualificado insuficiente, má repartição ou gestão do pessoal qualificado, mau funcionamento do sistema de referência e barreira financeira.
Entretanto, o Executivo angolano tem como meta reduzir a mortalidade materna e infantil a 50 porcento até ao ano 2015.
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